quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Histórias do Brasil

Bom, já tem um tempo que eu não posto nada em virtude das correrias banda, trabalho e familia(que maravilha) e outras coisas mais. Dia desses numas idéias com a Bia, ela me sacou um caderninho com algumas anotações da nossa viagem de Belém no Pará até Cachoeira na Bahia em abril deste ano e lá estavam alguns depoimentos ou diálogos que presenciamos pelo caminho. Os lugares que visitamos não foi o padrão de revista de turismo, porém muita areia pelo sertão afora com os pingas-pingas da vida por estarmos fora de temporada, rolou e rolou bem. Sem contratempos. Curtimos e ouvimos muitas coisas e um pouco delas escrevo aqui. Não dá prá reproduzir na integra o que foi dito até porque muitas coisas passaram batido, mas segue ai trechos e personagens.



Rafael Ilha de Cotijuba-Baía de Marajó-Pará: "Primeiro a gente sobe no açaí e pega os cachos, né?!! Aí, amorna uma água e tempera com água fria e põe o açaí. Ele vai soltar a casca e inchar, aí bota na máquina. A primeira maquina que eu fiz era de madeira...Nóis memo que rodava."


"Lá "ceis" chama de centro onde tem os prédios assim, né? De centro, né?! Aqui nóis chama de centro lá no meio dos mato onde o pessoal trabalha na roça. Fazendo mandioca, pegando açaí... Pecuária...Lá é o nosso centro."


"...minha família mesmo é "mei" marajoara "mei" camataense... ahh!!! Ninguém come sem açaí. Se não tiver açaí é o mesmo que não ter comida."


"Eu tinha um tio que uma vez me chamou prá ir na casa dele e compramos uns vinhos e ficamos ouvindo a noite toda Racionais. Muito firme, muleque! Ouvimos muito! Aí uns 2 dias depois, cê vê como as coisa são, ele morreu. Era assalto a banco. Eles eram em quatro. 67 mil, 67 mil!! Eles pegaram uma refém e sairam feito doido e a policia atráz. Mas eles caíram numa rua sem saída e fugiram pelo mato á pé. Só que o parceiro dele, que tava com a refém, se separou e correu só... A policia não perdoou, 7 tiros de fuzil. O cara fugiu com 34 mil, o resto morreu todo mundo. Eu vi os buraco das balas...Enorme. Eu não sai do lado dele. O corpo demorou 2 dias para sair do IML. Chegou lá em casa sem nada. Não fizeram nada, nem um formol. O corpo já tava fedido de podre. A gente ajeitou, pôs roupa e no caixão. A ultima imagem que eu tenho do meu tio é de um corpo destruido já todp inchado. Eu já perdi outras pessoas, mas esse meu tio eu dava muito valor. Foi o unico que eu chorei. Eu gostava dele.


Ilha de Cotijuba 07/04/2010


Na hora do Almoço.


"A Senhora não tem nenhum caldo ai?


Não, nenhum!


Ela não pode comer carne...


Tem que ser coisa com caldo. Tem que ser caldo. Nem que seja feijão. Vê se ela não tem feijão.


A Senhora não tem um caldo de nada? É que a menina acabou de ter um bebê... Do Marajó...


Lá em casa tem um cozido, mas como é que busca?


É que ela precisa... Não comeu nada.


Vai lá busca!


Ceis vieram de Marajó hoje?


É! Ela tava sentindo muita dor, mas não era aquela dor, sabe? Mas quando a gente tava vindo prá cá num deu meia hora e o nenê nasceu... Ele ficou vivo umas duas horas, mas era prematuro de 7 meses, não tinha nada prá ajudar ele respirar... E ela não comeu nada. Tomou café às 7 horas da manhã mas já é 1 hora da tarde. Prá quem teve um bebê..."


Moças de Marajó em Cotijuba( Atravessaram para usar o posto de saúde da ilha por causa do parto prematuro de uma delas, não deu tempo e a criança nasceu e morreu na travessia. Não tirei fotos.)



Maria Batissá de Alcantara-MA

Pai de Moçambique

Mãe de Angola

"Até os 22 anos eu vivia na comunidade Quilombola. Só fazia coisa de roça. Carpia, quebrava côco, entrava no mato..."

"Eu gosto de fruta do mato: Murici, ajuru, caju. Goiaba só gosto da dura, mas agora eu não tenho mais dentes..."

"Todo dia eu escutava o mesmo batuque batendo algodão. Eu não esqueço. Nunca vou esquecer a batida do algodão."

"Eu queria me aposentar como parteira. Eu fiz muito parto nessa Alcântara. Fazia parto, dava leite. Sou mãe de leite de muita gente. Sabia quando tava atravessado, quando a cabeça tava prá baixo, quando tava prá cima. Fazia parto também. Se a mulher fosse muito cerrada(apertada)demais, eu cortava com alho prá abrir. E prá nascer a placenta ela sentava numa bacia de ervas. As vezes o nenê nasce e a placenta não. Esse é o problema. Em pouco tempo a "muié" morre."

Chico do Mangue-Canoeiro-Alcântara-MA

Num passeio de canoa pelos igarapés de Alcântara, perguntamos ao canoeiro Chico do Mangue se ele se importava com o fato de a gente fumar um cigarrinho "daquele". Ele respondeu:

"Tem problema não...Eu não gosto é de ladrão. Tem policia que não gosta de maluco, eu não gosto é de ladrão. Prá mim isso é fuma o mesmo que mato. Mato que os índios fumava. Se eu vê alguém vender e vir me perguntar eu digo que não vi e ainda vou lá e digo que Fulano perguntou, mas se eu ver alguém tirando algo de alguém..."

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Falsidade**

Tu quando quer... vem, me mente
Quando te dá, vem serpente.

Baltazar Honóorio

sábado, 16 de outubro de 2010

Falcão (Na integra)


Jovem, preto, novo, pequeno.
Falcão fica na laje de plantão no sereno.
Drogas, armas, sem futuro.
Moleque cheio de ódio invisível no escuro, puro.
É fácil vir aqui me mandar matar, difícil é dar uma chance a vida.
Não vai ser a solução mandar blindar.
O menino foi pra vida bandida.

Desentoca, sai da toca, joga à vera.
O choro é de raiva, de menor não espera.
A laje é o posto, imagem do desgosto.
Tarja preta na cara para não mostrar o rosto.
Vai, isqueiro e foguete no punho.
Quem vai passar a limpo a sua vida em rascunho.
Fumo envenenado pra poder passar a hora.
Vive o agora, o futuro ignora.
O amargo do sangue, tá na boca.
Vivendo o dia-a-dia, descobre que sua esperança é pouca.
Moleque vende, garoto compra, pirralho atira, menino tomba.
Mete Bronca, entra no caô pra ganhar.
Joga no ataque, se defende com AK.
Pupila dilatada, dedo amarelo.
Jovem guerrilheiro no seu mundo paralelo.
Bate o martelo acabou de condenar.
Julgamento sem defesa, quem é réu vai chorar, vai babar.
Por que o coração não bate mais.
Agora quer correr a frente, não correr atrás.
Idade de Criança, responsa de adulto.
Mente criminosa enquanto a alma veste o luto, puto.
Por dentro, faz o movimento.
Raciocínio lento e o extinto sempre atento.
Não perde tempo, vem fácil, morre cedo.
Descontrolado , intitulado a voz do medo.
Vitima do gueto, universo preto.
Vida é o preço e pela vida largo o dedo.

Jovem, preto, novo, pequeno.
Falcão fica na laje de plantão no sereno.
Drogas, armas, sem futuro.
Moleque cheio de ódio invisível no escuro, puro.
É fácil vir aqui me mandar matar, difícil é dar uma chance a vida.
Não vai ser a solução mandar blindar.
O menino foi pra vida bandida.

Falcão não dorme, olho aberto.
Guerreado com errado e fechado com quem ele acha que é o certo.
Boladão, menor revoltado, apanha calado, pra não cair como safado.
Cabelo Dourado, pele queimada que se acha BamBamBam.
Quando tá de frente pro bicho, até se caga.
Junte mágoa, arma, ambição.
Guerreiro juvenil é o resultado da combinação.
Irmão de quem? Filho de ninguém.
Medo do além, olha o sacode bem, bem.
Dito e feito, grudado no asfalto tá o respeito.
O vagabundo engole seco, pra não dar dois papos.
Tu tá ligado e eu também.
Vagabundo é mais ou menos não diz amém.
Nem poder paralelo, nem poder constituído.
Pobre reunido é quadrilha de bandido.
Sim, faz sentido o ambiente marginal.
As cores da sua roupa equivalem a um funeral.
Sujou, lombou, sangue ferve.
Quem faz a segurança do asfalto, ele chama de verme.
Paquiderme a doença tá na pele.
O olho avermelhado anuncia que ele tá na febre.
Parafal no último modelo.
O sonho de criança cresceu e virou pesadelo.
Sem meio termo, dormindo com o inimigo.
Escravo do perigo, traição de camarada.
Fez feio no desenrolado, rachou a cara.
Menos um no caminho, um a mais na patrulha da cidade.
Universidade, excesso de vontade.
Neurótico, flexível quando tem que ser.
O que vale é o proceder.Sem caozada pra não ficar fudido.
De menor, 15 anos, ferramentas e o olhar de bandido.

Jovem, preto, novo, pequeno.
Falcão fica na laje de plantão no sereno.
Drogas, armas, sem futuro.
Moleque cheio de ódio invisível no escuro puro.
É fácil vir aqui me mandar matar, difícil é dar uma chance a vida.
Não vai ser a solução mandar blindar.
O menino foi pra vida bandida.

MV Bill

Como

Eu sei que a minha vida anda errada
E já deixei mil furos mil mancadas
Talvêz eu esteja andando em linhas tortas
Mas por enquanto eu vou te amando
É o que me importa
Mas você também não é
Rota principal
E toda estrada tem um final
O que eu quero saber é

Como eu vou deixar você
Se eu te amo

Paulo Diniz

"Pra quem acha que esqueci de quem amo!"

Momento Funk (que ninguém é de ferro)

" Chega dar tristeza
Quando acaba o baile
As minas sai saindo
E deixa os manos na saudade."

Baltazar Honório

A Fuga*

Vazou lá do Vidigal com tudo
Levando o que tinha prá cair
O tempo da fuga é um segundo
E não te permite distrair

Invadiu outra vez
O bando do mal
É a quarta ou a quinta vez
Desde o Natal
Alemão na maldade
É forjado a ferro e fogo
Mas antes de sair
Quero salvar meu morro

Vazou lá do Vidigal com tudo
Levando o que tinha prá cair
O tempo da fuga é um segundo
E não te permite distrair

Baltazar Honório                *

Novo Velho Novo*

Eu não tô nem pá pro contexto de amar nessa vida
O lance o romance ao alcance já é página lida
O sonho almejado é apenas o inicio de um novo sonhar
Prá na efemeridade da vida que tenta buscar

E vai mudar

Novos gostos
Novas taras
Outros cheiros
Novas datas
Muitos sonhos
Mesma praça
Ter um plano
Nossa casa

"Amamos sempre... E todos os amores
De uma forma diferente."

Baltazar Honório

sábado, 9 de outubro de 2010

Pobreza

Nada mais pobre do que achar que o pobre
Não merece o mesmo luxo que
Você.

Baltazar Honório

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Do Sangue**

Quando vi a luz
Passei pelo buraco como um rato
Quando olhei prá ver de onde vinha
Na placa lia-se
DNA Ditinha.

Baltazar Honório

Poeteiro**

Poetei tanto

Que grudei as palavras

No caderno.



Baltazar Honório

Saudade...**

Sei que o som gostoso do dia
Num amanhecer na quebrada
Deve estar um pouco triste
Com o sol um tanto apagado
Mas logo terei a alegria
Que será acordar do seu lado.

Baltazar Honório

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Belos Cachos**

Belos Cachos
Flor que me tem nos traços
A eternidade é o segundo
Que antecede seu abraço.

Baltazar Honório

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Malandragem é crime?**

Quando vi a zica na vila
Pensei tudo isso ai
Que o malandro é um adulto
De alma livre
Assim igual o muleque maloca
Que o tempo divide
Mas nem da dessas nem reprime
Porque maloqueragem e malandragem
Não é o crime.

Baltazar Honório

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Resistência

"De Chiapas e-Zetas dos Aztecas
Paliacate até em Guadalupe
Da Venezuela à Bolivia
Da boca do Acre ao Equador..."

"En la lutcha de classes
Todas las armas son buenas
Piedras, noches, poemas."

sábado, 11 de setembro de 2010

Viva os Mussum, mano...

" Fanático, melodramatico, bon vivant
Depósito de mágoa quem tá certo é o Saddam!"

Racionais

11/09

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Assim Funciona*.

É tudo nosso!!!!
No ponto do respeito da conquista musical filosofal da poesia.
É tudo nosso!!!!
A alforria hip-hop faz um elo da corrente pros malandros lá da vila.

Baltazar Honório            *

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Longevidade


De que adianta querer viver muito
Se temos medo de envelhecer

Baltazar Honório

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

No Ódio ( Eu to fazendo o que o sistema quer)

Pow pow o miolo voou, o boy caiu
Os gambé vieram a mil farejando o sangue do tio
Que piada a blindagem, cerca elétrica
Se liga da seqüela, puta rica viúva histérica
Eu não sou fictício, sou monstro agressivo
Que ta no noticiário fazendo refém sangrar pelo ouvido
Cai na armadilha, fiz pacto com o capeta
Trocaram minha caneta, pela escopeta
Me colocaram num opala debaixo da chuva de bala
A cento e oitenta dando fuga da agencia bancária
Me ensinaram que conforto, só com o doutor morto
Com a sete meia cinco no pescoço
Por isso eu toco o interfone o zelador abre o portão
Disfarçado de carteiro caio pra dentro com a Uzi na mão
O boy cuzão que só ve morte pela Sky no sofá
Não foi pra europa agora assiste meu desejo de matar
Agiliza os dólares, os diamantes
Se não arranco teu coração, te afogo no rio de sangue
Quis ser advogado mais perdi pra rua
Vim cobrar com juros meu sonho de formatura
Ódio lapidado pelo pai, um bêbado porco
Que batia na minha mãe porque não podia comprar o almoço
Fez de mim o lúcifer, que o sistema quer
Que pela pedra deixa teu corpo pra perícia do gambé

Eu to fazendo o que o sistema quer

Pra mim não tem Cherokee nem iate
Nem restaurante cinco estrelas nem Audi
Eu sou como lixo tomo tiro de investigador
Enquanto o boy tem clube de campo
Conta no exterior
Então fudeu doutor, vou buscar a igualdade
De PT com adaptador de trinta na crueldade
Não quero ser igual o tiozinho do bairro
Que trampa quarenta anos pra passar fome aposentado
Nem igual minha mãe doente sem médico
Pedindo esmola com a receita pra comprar o remédio
Cuzão que come caviar e lagosta
Não sabe o que é viver um minuto nessa porra
Pega o dono da mansão e poe no barraco
Quando o filho dele chorar, sem ter nada no prato
Não vou pra rua implorar de mão estendida
Vai catar a BMW da burguesa vadia
Vai subir corrente se pa até os dentes
Vai ter festa no necrotério o legista contente
Seu chip no peito não vai me segurar
Vou deixar seus pedaços pro satélite rastrear
Se não blindar o coração não tem cooper na praça
Se não por armadura não tem surfe na praia
Quando for pro teatro ver shakespeare com sua mulher
Pa pa na cabeça como o sistema quer

Eu to fazendo o que o sistema quer

Sou outro brasileiro favelado sem sorte
Que vai morrer roubando o carro forte
Que vai estar agonizando no chão do Itaú
Vendo a risada do boy porco de olho azul
Uma chance em um milhão de vencer como bandido
100% de chance de mofar num presídio
História real, da família da periferia
Vem conferir quantos tem passagem na polícia
Ver quantas mães tem santinho guardado
Filho que por um real foi executado
Espantoso surpresa pra ter tudo na mesa
Fartura no armário é dono de empresa
Me diz se não parece filme do seu dvd
O ladrão encapuzado invadindo o DP
O delegado metralhado no meio da rua
O caixa eletrônico na caçamba da perua
Na real é ódio, faca no coração
A busca a qualquer preço da ascensão
Preferia estar na escola na biblioteca
Ta no shopping comprando pra minha filha uma boneca
Ter cartão de crédito, cheque cinco estrela
Não ta matando alguém pra por o leite na geladeira
Mas infelizmente o que o sistema quer
"Sou eu num Corsa arrastando um muleque pelo pé"

Eu to fazendo o que o sistema quer

Facção Central

PS:Esta postagem representa o ódio que tem como alicerce a poesia Brasil com P do GOG abaixo!

Brasil com P


Pesquisa publicada prova
Preferencialmente preto
Pobre prostituta pra polícia prender
Pare pense por quê?
Prossigo
Pelas periferias praticam perversidades parceiros
Pm's
Pelos palanques políticos prometem prometem
Pura palhaçada
Proveito próprio
Praias programas piscinas palmas
Pra periferia
Pânico pólvora pa pa pa
Primeira página
Preço pago
Pescoço peitos pulmões perfurados
Parece pouco
Pedro Paulo
Profissão pedreiro
Passatempo predileto, pandeiro
Pandeiro parceiro
Preso portando pó passou pelos piores pesadelos
Presídio porões problemas pessoais
Psicológicos perdeu parceiros passado presente
Pais parentes principais pertences
Pc
Político privilegiado preso
parecia piada (3x)
Pagou propina pro plantão policial
Passou pelo porta principal
Posso parecer psicopata
Pivô pra perseguição
Prevejo populares portando pistolas
Pronunciando palavrões
Promotores públicos pedindo prisões
Pecado!
Pena prisão perpétua
Palavras pronunciadas
Pelo poeta Periferia
Pelo presente pronunciamento pedimos punição para peixes pequenos poderosos
pesos pesados
Pedimos principalmente paixão pela pátria prostituída pelos portugueses
Prevenimos!
Posição parcial poderá provocar
protesto paralisações piquetes
pressão popular
Preocupados?
Promovemos passeatas pacificas
Palestra panfletamos
Passamos perseguições
Perigos por praças palcos
Protestávamos por que privatizaram portos pedágios
Proibido!
Policiais petulantes pressionavam
Pancadas pauladas pontapés
Pangarés pisoteando postulavam premios
Pura pilantragem !
Padres pastores promoveram procissões pedindo piedade paciência Pra população
Parábolas profecias prometiam pétalas paraíso
Predominou o predador
Paramos pensamos profundamente
Por que pobre pesa plástico papel papelão pelo pingado pela passagem pelo pão?
Por que proliferam pragas pelo pais?
Por que presidente por que?
Predominou o predador
Por que? (3x)

GOG

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Flor Megera II

...hoje não mais escracho.
Já os Belos Cachos,
Me oferece o tempo
Em meio a seus abraços!

Baltazar Honório

sexta-feira, 30 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Estrangeirismo

Outro dia me convidaram pra irmos ao Mc'Donalds comermos X burger.
O salão estava lotado e fizemos os pedidos através de um tal de , drive-trhu.
Os colegas percebendo a minha irritação disseram:
Se tu tiver com pressa eles tem um sistema de delivery maravilhoso.
Desacustumado com esse linguajar chamei os 'cabas': vamos s'imbora.
Seguimos pela avenida Henrique Schaumann, onde pude observar um outdoor, que estava escrito:
China in box.e uma seta indicativa parking, nós não paramos por lá não.
Seguimos mais adiante avistamos um restaurante bonito e luxuoso, e na porta de entrada uma luz neon piscando escrita: open.
Quando olhei pro chão pude ver um capacho estampado com a bandeira americana me convidando : welcome.
Ao adentrarmos naquele recinto eu pude observar na sua decoração, e nas paredes estavam escrito assim:ice cake, x egg, x burger e fast food.
Eu pensei comigo: Food na Bahia. agente usa numa outra situação.
Do meu lado esquerdo uma garota tomava uma cerveja numa lata vermelha e azul cuja marca era budwisser.
O camarada que lhe acompanhava tomava sua long neck Heineken.
Do meu lado direito uma loira bonita, peituda, falava pro cabra com voz sensual assim :
Eu trabalho numa relax for man .e ele pergunta pra ela : fica proximo do motel my flowers ?e ela lhe responde: nao baby , fica junto a night club wonderful penetration.
A fome aumentava juntamente com a raiva, e eu não sabia se pedia um hot dog, ou um simples cachorro quente;'
Emputecido mais uma vez com aquela situação chamei os caboclos : vamos s'imbora.
Na saída o manobrista nos recebe e nos entraga a chave do nosso possante veículo:
Um Fusca 68 fabricado em Volta Redonda na época do presidente Juscelino Kubistcheck.
Ele olha pra mim e me diz :Thank you sir and have a good night.
E eu usando toda minha simplicidade e educação que aprendi no sertão da Bahia ,eu olhei pra ele e lhe disse :
'' Vá pra puta que lhe pariu.

''Eu gostaria de falar com o presidente pra cuidar melhor da gente que vive nesse país.
nossa gramatica está tão dividida, tem gente falando happy,
pensando que é feliz.
Acabaria com esse tal de estrangeirismo que deturpa nossa língua e muda tudo de vez.
e os mendigos que hoje vivem nas calçadas ensinariam ao brasileiro,
que aqui se fala o português.
Sou simples, sou composto,
oculto, indeterminado,
particípio, eu sou gerúndio,
Sou fônema sim senhor ,
adjetivo, predicado, eu sou sujeito,
ainda trago no meu peito
esse país com muito amor.
Sou simples, sou composto,
oculto, indeterminado,
particípio, eu sou gerúndio,
Sou fônema sim senhor,
adjetivo, predicado, eu sou sujeito,
ainda trago no meu peito
esse país com muito amor.
Lá no centro da cidade, quase que morri de fome.
Tanta coisa ,tanto nome e eu sem saber pronunciar.
É Fast Food ,
Delivery , Self Service ,
Hot Dog , Catchup.
Eu só queria almoçar.
Lá no centro da cidade
quase que morri de fome.Tanta coisa ,tanto nome
E eu sem saber pronunciar.
É Fast Food ,
Delivery , Self Service ,
Hot Dog , Catchup.
Meu Deus onde é que eu vim parar?
'' Oxente Brother

Carlos Silva( Poeta Cantador)

Parindo Amanhãs

Vontade de um terreiro mocambado de palmeiras
Vontade de reler as letras da história
Escrita no curso das veias
De uma história mais guerreira, pulsante.
Um sentido sentido às palavras
Saber de que boca as verdades caem.
Saber quais verdades é emboscada da boca do inimigo e das verdades escondidas nos cantos,
Mudas no canto da boca.
Coragem pra colorir o branco pálido da página,
E pra morar tanto tempo no canto invisível da página
Lido nos entres, nos vãos, nos saberes não escritos.
Lido apenas pelos analfabetos em seus delírios lúcidos.
A força de aproveitar as vértebras, os ventres.
O que nos ergue e o que nos infinita
O verde-maduro de nossas sementes.
O desvio inesperado de nossas vertentes.
Inverter.
Detonar o muro velho que divide e verga.
O muro que envergonha.
Descobrir-se África no mapa do corpo.
Onde fica Angola, onde fica o Congo
Defrontar-se com intangíveis fronteiras das áfricas que somos.
Parir novos pares, novos plurales, novos pilares.
As vozes contrárias do hoje e do dentro em contrações desejando ser.
Ser é saber-se.
Ser mais é saber-se parte.
Vontade de parir novos palmares...
Um novo ponto de partida,
Que nos guie e nos caminhe,
Que nos leve a nós mesmos.
Que nos leve a criar ao invés de ser criados.
A vez de nascer novas vias de verdades.
Onde me vejo e me vôo.
Pra morrer esse viés que nos enverga.
Pra versar o versus, dos versos... O inverso.
Que é quando me descubro escravo que me liberto.
Que é quando me descubro escravo que me liberto.

Lila Barbosa

domingo, 25 de julho de 2010

Mais Preto Soul(Bar do Binho)




Eu apoio!!!

Muito melhor que muitos que tem por ai, além de ser mulher e ter mais tato...mais sensibilidade.

domingo, 18 de julho de 2010

Navio Negreiro-Haiti-2010

"E ri se a orquestra irônica e estridente
E da ronda fantástica serpente
Faz doudas espirais..."
"Qual sonho dantesco as sobras voam
Gritos , ais, maldições, preces ressoam...vai
E ri se Satanás!"
Castro Alves
















A Mulher Perfeita


Bonnie Parker. 1,50cm e 41kg. Qualidades? Descobre quem é ela!

sábado, 17 de julho de 2010

Riquezas

"Não dar certo não significa fracasso."

"O mais valioso na vida de um ser humano é o tempo."

"Extinguir os miseráveis confronta com a prioridade em ganhar dinheiro."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dia Molhado...**

...no meio da garoinha
o cinza impreguina o ar
molha o tempo a roupa a alma
e o insalubre meu morar
os donos do céu nem voam
porém turbinas no céu ecoam
ignorando a natureza da lei
pra na queda gritar may-day...


...a vida não passa em frente
sendo fria ou sendo quente
se reclamar do tempo seco
o que dirá do dia molhado
sem pensar no que é do beco...

...dos cumulus aos cirros
no intermédio dos estratos
teto baixo chuva fina
e a curviana no barraco...

Baltazar Honório

sábado, 3 de julho de 2010

Cibernética

Mariazinha me disse que tem um site
Que navega em mega-bites
E faz amor virtual.
Fez Power-Point, Word e Corel Draw
Faz planilha no Excell
E equação de segundo grau
Digitadora, pensa em ser professora
Vai montar sua Lan House
Uma hora é um real
Já ta falando de um outro cyber-café
Fazer pesquisa na web, tá na era digital.
Sou um leigo Seu Doutor, na cidade civilizada
Onde a língua desse povo é computadorizada.
Esse negócio de internet é um bicho complicado
O linguajar desse troço me deixa todo enrolado
Caps look, back space, blog , chat e hardware
Mulher procura homem, homem procura mulher.
Fazem coisas virtuais mesmo sem se conhecer
Mas se nascesse um bruguelo
Com quem iria parecer?
Com um hacker muito louco pirateando o esquema
Que engravida a placa mãe dando vírus no sistema.
O meu provedor deu pau na sua caixa de entrada
Inseri meu disco rígido e não consegui ver nada.
Fiz download no arquivo o bate-papo foi tão feio
Enquanto você, sua quenga; nem abriu o seu e-mail.
Confesso que não entendi a sua atitude tão boba
Mas prá eu entrar no seu mailing devo acrescentar @?
Apertei o ctrl+p e depois o ctrl+del
Mas nada estava impresso naquele fino papel.
Vou mudar todo o sistema botar cabos no input
Só prá ver se eu consigo ver melhor o seu orkut.
Meu lap-top é possante de ultima geração
Inseri fotos pornôs mas sempre acabo...
Na mão.
Carlos Silva

Pedaço de Ilusão

Ai desse amor que é só meu
Nem a lua no céu, há de me ver sorrir
Se der pra dividir, deixa um pouco pra mim
Que eu nunca mais direi, que vida quis assim
Ai desse amor que é só meu
Nem a lua no céu, há de me ver sorrir
Se der pra dividir, deixa um pouco pra mim
Que eu nunca mais direi, que a vida quis assim
E juro que vou guardar, dentro do coração
Os segredos da paixão
Basta um sorriso ou um aceno
Um abraço e teu veneno
Meu pedaço de ilusão
Nem vou me desesperar
Se você vem de lá, maltratando pela dor
Venha, meu pecado pouco importa
Quero é mais sentir o teu calor
Vem, amor

Jorge Aragão / Sombrinha / Jotabê

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vingança Napolitana contra o fracasso da Azzurra na Copa 2010

NAPOLIS-ITÁLIA


A bandeirinha do Brasil chateou...

El pibe de oro!!





Adoro o Maraconha!!!!!

Outras do Preto Soul






Das Antigas...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Arrogância**

- O ser humano é arrogante?
- Num sei! O que você acha?
- Eu?... Sinceramente? Acho que quando ele não acha que é Deus, pelo menos; ele acha que Deus é a sua imagem e semelhança...ou vice-versa...
Versando!

Baltazar Honório

sábado, 19 de junho de 2010

Vida Cigana

Oh, meu amor!
Não fique triste...
Saudade existe pra quem sabe ter,
Minha vida cigana me afastou de você,
Por algum tempo que eu vou ter que viver por aqui, longe de você,
Longe do seu carinho...
E do seu olhar, que me acompanha já tem muito tempo
Penso em você a cada momento
Sou água de rio que vai para o mar
Sou nuvem nova que vem pra molhar essa noiva que é você
Pra mim você é linda
Dona do meu coração
Que bate tanto quando te vê
É a verdade que me faz viver
O meu coração bate tanto quando te vê
É a verdade que me faz viver

*Para minhas filhas

Composição: Geraldo Espíndola

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Em Quadro*

Prólogo
No paredão ela aguarda de costas
Suando mais de medo que de revolta
"Cadê o Bagulho e o revólver seu bosta?"
Recebe um tapa na cara por não ter resposta
O fardado, armado; nem é formado
Mas se diz a lei
E só age assim contra "Zés Ninguém"
"Cadê o bagulho e o revólver seu bosta?
Só tem marmita e uniforme nessa jossa?"
E ele de costas agora suando mais de revolta
Pensa antes de abrir a boca para dar a resposta
Pensa nas pessoas inocentes que foram mortas
Por não ter bagulho e revólver
Por só ter dignidade e o braço forte
De tanto pegar no cabo do Guatambú
Desde que era criança lá no norte
"Eu não tenho nada, Sinhô...
Mas tenho emprego...Trabalho prá Doutor!"

É lua cheia são quase quatro
Enquadro uma cena da janela do barraco
Humilhação, frustração, jogada ao relento
Angústia rancor e um vazio por dentro
E o pensamento demora a atinar
Quanto tempo mais a mente vai suportar
Um vento frio envolve a madrugada
Traz consigo algo que aumenta minha mágoa
Quem sabe a culpa é da beira do rio
Ou será que é porque tá curto o pavio
Mas ai, afinal a conta está correndo
Enquanto estouram champanhe eu destilo veneno
Uma mistura homogênea de cada porção
Dor, ódio, amor e uma oração
Pedindo ao céu que o santo me guie
Que a caminhada é cruel e quem é não finge
Aceita a chence e não amarela
Se envolve com a ação e vive por ela
Decepciono a contradição
Eu tenho consciência e to na missão
Firme idéia forte e não é poeira
O coração é corajoso e a alma verdadeira
Junto fatos idéias e vou além
Meu pensamento é vilão sou meu próprio refém
Taquicardia associada ao dia-dia
Sul-Americano sou da periferia
Quem dera pudera ver a resistência Tupac
Aliada a força de Zumbi dos Palmares
Infelizmente prá minha gente a diferença
Fortalece o domínio e a concorrencia
Dos USA que eu não sei o que significa
Uma palavra uma sigla outra lingua
No entanto mensagem entendo bem
O mundo aplaude não reage diz amém
Ploriferando a corrida armamentista
Teme o povo pobre Sandinista
Que não se integra(entrega) quebrando a regra
O caminho foi longo de Sandino à Ortega
Divisão virtual de bens em bancos
Passando fome nas favelas encontram se tantos
A mercê do clichê criação da mídia
Do espetáculo Fantástico distorcendo a vida
Quantos já foram e quantos mais inda irão
Até você ser o próximo da lista, então
A cena é triste o poeta disse
Outro mano subiu mas o restante persiste
Não sou um Tonto nem muito menos quero ser Zorro
Mas do fundo do poço ao Sendero Luminoso
Eu sou mais um pequeno grão de areia
Uma folha na contra mão da correnteza
Obstinado, indiguinado
Com o enquadro que vejo da janela do barraco.

Epílogo
"Doutor o caralho arrombado de bosta!!!
Tu tá é disbaratinando com essa mochila nas costas!
Steve!!! Grampeia que esse tá na roça!!!"
Nunca imaginou que era crime ser "Zé Ninguém"
Que na vida a gente ter que ser forte prá não
Ser mais uma baixa e ir pro além
Já o fardado, armado; parece drogrado
Bate no "Zé" de costas porque tem emprego
Mas vacila quando olha nos olhos dos criminosos
Na hora de fazer o acerto!"

Preto Soul
Baltazar Honório
Guinão Oliveira
Claudinho Oliveira

terça-feira, 15 de junho de 2010

Copa do Mundo

Então...Falar um pouquinho de futebol até porque é Copa do Mundo e se é prá falar de um time que seja a Seleção. Sim! A nossa boa e já conhecida (e premiada) Seleção Brasileira com os seus melhores jogadores, que são os melhores do mundo sem sombra de duvidas, mas o bagulho é copa, mano...E o chicote vai estalar.
Sem essa de que o time não é bom porque é, só que lá não estão os melhores do mundo ou, pelo menos, os que a gente gostaria que estivessem. O Elano num joga nada e hoje(que é o que vale) jogou muito. O Kaká tá meio foda mesmo e não faço a mínima idéia do que seja, comemorei quando o Dunga trocou ele por Nilmar e a versão com o Dani Alves e o Ramires é inteligente. Já a Coreia do Norte jogou o tempo todo com os 11 jogadores embaixo da trave mais da metade do jogo e o golaço do Maicon e o meio gol do Robinho e do Elano faz crer que se o Brasil pegar um time que sai mais pro jogo, vai abrir espaço prá jogadas como essas e tome gol!!!!
Já a Costa do Marfin é um time forte e vai bater até na mãe deles se estiverem com a camisa do Brasil, mas como já falei, vão sair prá jogar e dai "é nóis"!!
O Brasil tem o melhor futebol do mundo e pode ganhar se jogar direitinho, mas show? Só do Robinho!
Abraço!!!
Baltazar Honório

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Flor Megera**

Privacidade?
Não tenho, só ataque
Sem condições ou "moneytário"
Prá ir daqui até o parque
Que seja o Pirajussara ou o Ibirapuera
Tente imaginar na sua mente
O que a eternidade não supera
Será flor ou megera?
Quem me priva o coração
Não deixando nem canção
Prá encantar ratos
Ou os cachos da menina
Sem privacidade pela metade
Ficar distante minha sina
E ainda enfrento escracho
Mas só pelos belos cachos
E pela pura alma que me cede o abraço.

*Para Victória e Stephany
Baltazar Honório

quarta-feira, 2 de junho de 2010

É só colar domingão...


Domingão é nóis no aniversário da Vila Menk. Quem foi no Aniversário do Sarau do Binho domingo passado aprovou!!!
Abraço!!
Baltazar Honório

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Enquanto isso...Preto Soul!




Fotos Raíssa Corso 14/05/10 Sacolão das Artes-Pq. Santo Antonio- Sexta Feira.

Fruto da Imaginação

Dizem lá áqueles sábios que não me lembro o nome que nada a sua volta é realidade de todos e sim apenas o que você está imaginando se materializando na sua frente. E na real tive que botar uma fé nos caras.
Uma cerveja na padaria num mata ninguém e numa dessas idas eu não conseguia acreditar no que estava vendo, como se fosse numa brincadeira de acontece lá estava ela, como que criada por mim. Entrou na padaria num horário de bastante movimento e passou despercebida para a maioria talvêz, mas não prá mim. Não tinha mais que 1.60 e vestia uma calça jeans e uma blusinha de alcinha e o salto alto não influenciava na sua altura. Parecia ter uns 30 anos com cabelos encaracolados pretos na altura do ombro veio na minha direção sentado no balcão e não virei prá olha-la quando passou por tras de mim, mas ligeiro percebi que me olhava pelo reflexo do vidro do guarda frutas.
- Me dá uma cerveja por favor? - Pediu a baixinha sorridente. Perecebi uma certa falha nos dentes, nada que mudasse ou influenciasse na sua beleza.
- Você tem um isqueiro ou fósforo por favor?
De novo me tira dos meus pensamentos fazendo eu acreditar que tá me dando bola. "Vai rolar"- Pensei.
Puxou assunto me perguntando se eu sabia a localização de uma rua próxima, estava vindo do centro para procurar uma amiga de infância lá da sua cidade no interior de Pernambuco e morava no tal endereço. Enquanto ela falava do convívio com a amiga eu mal assimilava o que ela tava falando, estava preso num transe como se toda a padaria fosse um disco de vinil girando enquanto nós dois fossemos apenas o pininho no centro do toca disco, parecia uma balada eterna ela gesticulando com timidez e as vezes sem timidez nenhuma como uma sereia a me encantar que tomei até um susto quando ela me perguntou:
- E a rua Cabaxi tá longe?
Quase cai do banco e expliquei que era só ela sair da padaria e virar a direita até a frente do CEU e subir a rua que tem quase em frente a portaria, nem percebi que já tinha tomado duas cervejas e como se fosse mesmo, um fruto da minha imaginação; pagou a cerveja que ela tomou, me deu um beijo no rosto e saiu como se tivesse sido criada por mim apenas para aquele momento.

Baltazar Honório

domingo, 23 de maio de 2010

O Golpe (Trecho)

"...Não se passou cinco minutos, Preta pega Bartolomeu de surpresa num canto qualquer do bar e diz:
- E a e Ba? O que você falou pro Didi?- Dando uma risadinha cabrera.
- Olha Preta, eu não tenho nada a ver com a sua vida e com a do Didi, entendeu? Eu não sei o que ele falou prá você lá ou como é a relação de vocês com isso.
- Você fala isso porque não quer se responsabilizar pelas mancadas que ele dá. – Diz Preta pondo a culpa em Didi.
- Ele me falou o seguinte...- Ela ia continuar Bartolomeu cortou.
- Preta eu não quero saber, 'cê num leva a mal?
- De boa. - Respondeu ela. - Mas eu gostei de saber o carinho que você tem por mim, só espero que o carinho não esteja longe da vontade de me querer.
Bartolomeu tava bem louco mas entendeu, seja lá o que foi que Didi falou prá Preta, ela se abriu descaradamente e disfarçou quando viu de longe Didi rindo da situação e caiu fora com desculpa de que iria no banheiro.
Nunca entendeu direito o lance dos dois com ele. Didi parecia não se importar com o fato de um dia Bartolomeu se envolver com Preta o que parecia inevitável pelo caminho que as coisas estavam rolando, Bartolomeu gelava por dentro..."

" A Entrega do Dinheiro
A entrega do dinheiro foi combinada num puteiro muito fuleiro na zona leste de São Paulo. Ficava numa esquina barulhenta e funcionava numa portinha de sobre loja entre a padaria e a pizzaria. Tinha escadas de dois lances com curva para a direita, no intervalo da escada havia um portão trancado, no alto à esquerda um espelho convexo dava ao segurança uma visão privilegiada de quem estava na escada, ainda nessa parte havia uma luz vermelha, na verdade, pintada de vermelho. No topo da escada a saída pro salão era a direita e os quartos ficavam á esquerda. No salão havia uma mesa de bilhar no centro um palco no canto leste e com exceção dos banheiros todos os outros ambientes tinham fraca iluminação, era o local perfeito.
Didi chegou por volta das 20:10hs cinco minutos antes do horário marcado com Bartolomeu e entrou tranqüilo como se fosse usar o ambiente para o que realmente ele serve, a mochila nas costas que dava a ele um estilo marmiteiro e no começo de mês passaria batido se caso se empolgasse com algumas das coleguinhas do local, com a quantia que tinha na mochila arrumaria até casamento. Mas não foi com a preocupação de quem tem muito dinheiro na mochila que ele a colocou em cima do balcão e empurrou junto com a comanda prá piriguete loira e peituda atrás do balcão.
-Me da uma cerveja...? e se puder...guarde a minha mochila ai atrás por favor?
-Aqui atrás não vai nada não viu, meu amô? - Já responde a loira apontando o dedo prá um ângulo mais próximos da suas pernas e continuou. – Só aqui... Embaixo... Do balcão, é claro!- Sorriu- Pode ficar tranqüilo..."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

E como amo...**

Amo
Amo minha mãe
Sem dúvidas
As vezes de forma estupida
Amo meus filhos
Todos
Dos mais velhos aos mais recentes
Meus irmãos
Estranho
Os amo de uma forma diferente
Amo todos os lugares que vi
Não estando sob pressão
Da brisa leve ao furacão
Amo os dias
Os cinzas
Os ensolarados
Os secos
E os molhados
Os que virão amanhã
E os que já passaram
Amo as mulheres da minha vida
As que me amaram
E as que não me deram alternativas
Amo a natureza
Desde o sangue que corre em minhas veias
Amo todas as ceias
Amo todas as corridas
Descer ladeiras
Enfrentar subidas
Amo também a morte
Porque faz parte da vida.

*Para Maria de Lourdes
Baltazar Honório

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Personagens do rolê.











Nuno Gonçalves, o pernambucano cearense da Bahia é poeta e professor na UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) que fica em Cachoeira na Bahia onde mora há mais ou menos 5 anos. Muitas idéias trocadas e cervejas tomadas no ultimo estado do rolê.





Maria Batissá, cria de Alcântara com muitas histórias para contar e ainda para viver. Tem um humilde restaurante pousada na calçada do jacaré não muito distante do cais do porto o que abrevia a subida da ladeira. Muito bem humorada e bem vestida sempre, Batissá nos recebeu e acolheu em um de seus quartinhos que é dentro de sua própria casa por um precinho camarada.

Diz que sua família vem de Angola mas também tem antepassados que eram de Moçambique, mas segundo ela o nome Batissá tem a ver com Batsabá da Etiópia o que me faz crer que ainda há parentesco lá com a Rainha de Sabá.





Dona Mocinha moradora da Ilha do Livramento que mesmo num certo isolamento sabe de todas as coisas que acontecem mundão afora. Há pouco tempo foi beneficiada com um projeto do governo o que resultou em energia elétrica para sua moradia e fez questão de mostrar as placas captadoras de energia solar e as baterias que são carregadas em um barraquinho propriamente feito para abriga-las, mas por não estar rolando sol naqueles dias ela estava sem energia em casa.


Numa relax no fim de tarde. Bia, Punk e Patricia. O Punk é nativo de Alcântara e mora na Ilha do Livramento bem próximo de Alcântara. O Punk tem uma particularidade, sempre ao conversar diz antes de qualquer frase: " Corretamente" ou "Perfeitamente". Já a Patricia não nasceu na cidade. Argentina há 20 anos veio conhecer o local e sofreu um ataque onde roubaram todos os seus documentos e por pouco não foi violentada. Prestou queixa mas foi ridicularizada pelos policiais e sem o passaporte e dinheiro vive em Alcântara desde então, ganha a vida como guia turística.








Bia e Milena. A "Lora" que é de São Luís no Maranhão nos ajudou a conhecer a cidade, fomos à praia e depois saímos para um rolê no bar do Léo um pouco distante do centro.


Na manha de manhã...

Rafael, morador da Ilha de Cotijuba. Seus pais são marajoaras e ele morou em Belém até a idade que está agora. Tem uma cabeça boa e manja tudo de efeito estufa.