terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Brasileiro*


Eu sou favela latino-americano,
Aqui beira do Pira Clementino suburbano
Sem código-penal sou Afro-Brasileiro,
Não dependo da sorte correria o ano inteiro
Ascendente da Abissínia Rainha de Sabá,
Malandro quilombola Água-Preta Quipapá
Pro agreste Pernambuco terra de Lampião,
Que antes de Che Guevara comandou a revolução
À benção Padin Ciço Antonio Conselheiro,
Nunca vai bater banzo de porão navio negreiro
Prá hoje a idéia louca de Ordem e Progresso,
Na roda da História me manter no retrocesso
Tenho a cabeça erguida dialeto delinquente,
Funcionando bem mais que seu discurso reticente
Vai sentir pelo choque que aqui cultura ferve,
É Preto Soul zona sul ai doidão, nem esquece

Sou brasileiro, sou
Verdadeiro, sou
Sou da favela
E ninguém vai me tirar
Sou brasileiro, sou
Candongueiro, sou
Sou maloqueiro
A quebrada é meu lugar

Som da quebrada pró Via Campesina,
Tipo com João Cabral na Morte e Vida Severina
Sem direito a terra o meu valor impera,
Tenho um despacho pronto pros Exú do Anhanguera
Que fez um genocídio no meio do sertão,
O que me leva agora lutar por reparação
Quebrando as algemas correntes preconceito,
A minha liberdade é baseada no respeito
Que vem do som de preto ecoando das janelas,
E anima a mulecada no estrela nova cela
Vivendo na fronteira divido o coração,
Eu mando um salve forte ao Campo Limpo e Taboão
Falei que pelo choque aqui cultura ferve,
É Preto Soul zona sul ai doidão, nem esquece

Sou brasileiro, sou
Verdadeiro, sou
Sou da favela
E ninguém vai me tirar
Sou brasileiro, sou
Candongueiro, sou
Sou maloqueiro
A quebrada é meu lugar

Preto Soul                                                *

Um comentário:

  1. Adoro essa música... me sinto bem maloqueeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiraaaaaaaaa....bjs pra vocês! Tânia

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