segunda-feira, 24 de maio de 2010

Fruto da Imaginação

Dizem lá áqueles sábios que não me lembro o nome que nada a sua volta é realidade de todos e sim apenas o que você está imaginando se materializando na sua frente. E na real tive que botar uma fé nos caras.
Uma cerveja na padaria num mata ninguém e numa dessas idas eu não conseguia acreditar no que estava vendo, como se fosse numa brincadeira de acontece lá estava ela, como que criada por mim. Entrou na padaria num horário de bastante movimento e passou despercebida para a maioria talvêz, mas não prá mim. Não tinha mais que 1.60 e vestia uma calça jeans e uma blusinha de alcinha e o salto alto não influenciava na sua altura. Parecia ter uns 30 anos com cabelos encaracolados pretos na altura do ombro veio na minha direção sentado no balcão e não virei prá olha-la quando passou por tras de mim, mas ligeiro percebi que me olhava pelo reflexo do vidro do guarda frutas.
- Me dá uma cerveja por favor? - Pediu a baixinha sorridente. Perecebi uma certa falha nos dentes, nada que mudasse ou influenciasse na sua beleza.
- Você tem um isqueiro ou fósforo por favor?
De novo me tira dos meus pensamentos fazendo eu acreditar que tá me dando bola. "Vai rolar"- Pensei.
Puxou assunto me perguntando se eu sabia a localização de uma rua próxima, estava vindo do centro para procurar uma amiga de infância lá da sua cidade no interior de Pernambuco e morava no tal endereço. Enquanto ela falava do convívio com a amiga eu mal assimilava o que ela tava falando, estava preso num transe como se toda a padaria fosse um disco de vinil girando enquanto nós dois fossemos apenas o pininho no centro do toca disco, parecia uma balada eterna ela gesticulando com timidez e as vezes sem timidez nenhuma como uma sereia a me encantar que tomei até um susto quando ela me perguntou:
- E a rua Cabaxi tá longe?
Quase cai do banco e expliquei que era só ela sair da padaria e virar a direita até a frente do CEU e subir a rua que tem quase em frente a portaria, nem percebi que já tinha tomado duas cervejas e como se fosse mesmo, um fruto da minha imaginação; pagou a cerveja que ela tomou, me deu um beijo no rosto e saiu como se tivesse sido criada por mim apenas para aquele momento.

Baltazar Honório

2 comentários:

  1. E Mr, Mussum!!! Tá do cacildis essa casa aqui! Da hora mano, assim que ler os textos do um salve!!!

    abraços

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  2. Final típico de poeta!
    Viu só! Atrás desse semblante de guerreiro bravo tem um cara sensível! Rsrsrs...
    Adorei!

    Beijo

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