segunda-feira, 24 de maio de 2010

Enquanto isso...Preto Soul!




Fotos Raíssa Corso 14/05/10 Sacolão das Artes-Pq. Santo Antonio- Sexta Feira.

Fruto da Imaginação

Dizem lá áqueles sábios que não me lembro o nome que nada a sua volta é realidade de todos e sim apenas o que você está imaginando se materializando na sua frente. E na real tive que botar uma fé nos caras.
Uma cerveja na padaria num mata ninguém e numa dessas idas eu não conseguia acreditar no que estava vendo, como se fosse numa brincadeira de acontece lá estava ela, como que criada por mim. Entrou na padaria num horário de bastante movimento e passou despercebida para a maioria talvêz, mas não prá mim. Não tinha mais que 1.60 e vestia uma calça jeans e uma blusinha de alcinha e o salto alto não influenciava na sua altura. Parecia ter uns 30 anos com cabelos encaracolados pretos na altura do ombro veio na minha direção sentado no balcão e não virei prá olha-la quando passou por tras de mim, mas ligeiro percebi que me olhava pelo reflexo do vidro do guarda frutas.
- Me dá uma cerveja por favor? - Pediu a baixinha sorridente. Perecebi uma certa falha nos dentes, nada que mudasse ou influenciasse na sua beleza.
- Você tem um isqueiro ou fósforo por favor?
De novo me tira dos meus pensamentos fazendo eu acreditar que tá me dando bola. "Vai rolar"- Pensei.
Puxou assunto me perguntando se eu sabia a localização de uma rua próxima, estava vindo do centro para procurar uma amiga de infância lá da sua cidade no interior de Pernambuco e morava no tal endereço. Enquanto ela falava do convívio com a amiga eu mal assimilava o que ela tava falando, estava preso num transe como se toda a padaria fosse um disco de vinil girando enquanto nós dois fossemos apenas o pininho no centro do toca disco, parecia uma balada eterna ela gesticulando com timidez e as vezes sem timidez nenhuma como uma sereia a me encantar que tomei até um susto quando ela me perguntou:
- E a rua Cabaxi tá longe?
Quase cai do banco e expliquei que era só ela sair da padaria e virar a direita até a frente do CEU e subir a rua que tem quase em frente a portaria, nem percebi que já tinha tomado duas cervejas e como se fosse mesmo, um fruto da minha imaginação; pagou a cerveja que ela tomou, me deu um beijo no rosto e saiu como se tivesse sido criada por mim apenas para aquele momento.

Baltazar Honório

domingo, 23 de maio de 2010

O Golpe (Trecho)

"...Não se passou cinco minutos, Preta pega Bartolomeu de surpresa num canto qualquer do bar e diz:
- E a e Ba? O que você falou pro Didi?- Dando uma risadinha cabrera.
- Olha Preta, eu não tenho nada a ver com a sua vida e com a do Didi, entendeu? Eu não sei o que ele falou prá você lá ou como é a relação de vocês com isso.
- Você fala isso porque não quer se responsabilizar pelas mancadas que ele dá. – Diz Preta pondo a culpa em Didi.
- Ele me falou o seguinte...- Ela ia continuar Bartolomeu cortou.
- Preta eu não quero saber, 'cê num leva a mal?
- De boa. - Respondeu ela. - Mas eu gostei de saber o carinho que você tem por mim, só espero que o carinho não esteja longe da vontade de me querer.
Bartolomeu tava bem louco mas entendeu, seja lá o que foi que Didi falou prá Preta, ela se abriu descaradamente e disfarçou quando viu de longe Didi rindo da situação e caiu fora com desculpa de que iria no banheiro.
Nunca entendeu direito o lance dos dois com ele. Didi parecia não se importar com o fato de um dia Bartolomeu se envolver com Preta o que parecia inevitável pelo caminho que as coisas estavam rolando, Bartolomeu gelava por dentro..."

" A Entrega do Dinheiro
A entrega do dinheiro foi combinada num puteiro muito fuleiro na zona leste de São Paulo. Ficava numa esquina barulhenta e funcionava numa portinha de sobre loja entre a padaria e a pizzaria. Tinha escadas de dois lances com curva para a direita, no intervalo da escada havia um portão trancado, no alto à esquerda um espelho convexo dava ao segurança uma visão privilegiada de quem estava na escada, ainda nessa parte havia uma luz vermelha, na verdade, pintada de vermelho. No topo da escada a saída pro salão era a direita e os quartos ficavam á esquerda. No salão havia uma mesa de bilhar no centro um palco no canto leste e com exceção dos banheiros todos os outros ambientes tinham fraca iluminação, era o local perfeito.
Didi chegou por volta das 20:10hs cinco minutos antes do horário marcado com Bartolomeu e entrou tranqüilo como se fosse usar o ambiente para o que realmente ele serve, a mochila nas costas que dava a ele um estilo marmiteiro e no começo de mês passaria batido se caso se empolgasse com algumas das coleguinhas do local, com a quantia que tinha na mochila arrumaria até casamento. Mas não foi com a preocupação de quem tem muito dinheiro na mochila que ele a colocou em cima do balcão e empurrou junto com a comanda prá piriguete loira e peituda atrás do balcão.
-Me da uma cerveja...? e se puder...guarde a minha mochila ai atrás por favor?
-Aqui atrás não vai nada não viu, meu amô? - Já responde a loira apontando o dedo prá um ângulo mais próximos da suas pernas e continuou. – Só aqui... Embaixo... Do balcão, é claro!- Sorriu- Pode ficar tranqüilo..."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

E como amo...**

Amo
Amo minha mãe
Sem dúvidas
As vezes de forma estupida
Amo meus filhos
Todos
Dos mais velhos aos mais recentes
Meus irmãos
Estranho
Os amo de uma forma diferente
Amo todos os lugares que vi
Não estando sob pressão
Da brisa leve ao furacão
Amo os dias
Os cinzas
Os ensolarados
Os secos
E os molhados
Os que virão amanhã
E os que já passaram
Amo as mulheres da minha vida
As que me amaram
E as que não me deram alternativas
Amo a natureza
Desde o sangue que corre em minhas veias
Amo todas as ceias
Amo todas as corridas
Descer ladeiras
Enfrentar subidas
Amo também a morte
Porque faz parte da vida.

*Para Maria de Lourdes
Baltazar Honório

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Personagens do rolê.











Nuno Gonçalves, o pernambucano cearense da Bahia é poeta e professor na UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) que fica em Cachoeira na Bahia onde mora há mais ou menos 5 anos. Muitas idéias trocadas e cervejas tomadas no ultimo estado do rolê.





Maria Batissá, cria de Alcântara com muitas histórias para contar e ainda para viver. Tem um humilde restaurante pousada na calçada do jacaré não muito distante do cais do porto o que abrevia a subida da ladeira. Muito bem humorada e bem vestida sempre, Batissá nos recebeu e acolheu em um de seus quartinhos que é dentro de sua própria casa por um precinho camarada.

Diz que sua família vem de Angola mas também tem antepassados que eram de Moçambique, mas segundo ela o nome Batissá tem a ver com Batsabá da Etiópia o que me faz crer que ainda há parentesco lá com a Rainha de Sabá.





Dona Mocinha moradora da Ilha do Livramento que mesmo num certo isolamento sabe de todas as coisas que acontecem mundão afora. Há pouco tempo foi beneficiada com um projeto do governo o que resultou em energia elétrica para sua moradia e fez questão de mostrar as placas captadoras de energia solar e as baterias que são carregadas em um barraquinho propriamente feito para abriga-las, mas por não estar rolando sol naqueles dias ela estava sem energia em casa.


Numa relax no fim de tarde. Bia, Punk e Patricia. O Punk é nativo de Alcântara e mora na Ilha do Livramento bem próximo de Alcântara. O Punk tem uma particularidade, sempre ao conversar diz antes de qualquer frase: " Corretamente" ou "Perfeitamente". Já a Patricia não nasceu na cidade. Argentina há 20 anos veio conhecer o local e sofreu um ataque onde roubaram todos os seus documentos e por pouco não foi violentada. Prestou queixa mas foi ridicularizada pelos policiais e sem o passaporte e dinheiro vive em Alcântara desde então, ganha a vida como guia turística.








Bia e Milena. A "Lora" que é de São Luís no Maranhão nos ajudou a conhecer a cidade, fomos à praia e depois saímos para um rolê no bar do Léo um pouco distante do centro.


Na manha de manhã...

Rafael, morador da Ilha de Cotijuba. Seus pais são marajoaras e ele morou em Belém até a idade que está agora. Tem uma cabeça boa e manja tudo de efeito estufa.