domingo, 23 de maio de 2010

O Golpe (Trecho)

"...Não se passou cinco minutos, Preta pega Bartolomeu de surpresa num canto qualquer do bar e diz:
- E a e Ba? O que você falou pro Didi?- Dando uma risadinha cabrera.
- Olha Preta, eu não tenho nada a ver com a sua vida e com a do Didi, entendeu? Eu não sei o que ele falou prá você lá ou como é a relação de vocês com isso.
- Você fala isso porque não quer se responsabilizar pelas mancadas que ele dá. – Diz Preta pondo a culpa em Didi.
- Ele me falou o seguinte...- Ela ia continuar Bartolomeu cortou.
- Preta eu não quero saber, 'cê num leva a mal?
- De boa. - Respondeu ela. - Mas eu gostei de saber o carinho que você tem por mim, só espero que o carinho não esteja longe da vontade de me querer.
Bartolomeu tava bem louco mas entendeu, seja lá o que foi que Didi falou prá Preta, ela se abriu descaradamente e disfarçou quando viu de longe Didi rindo da situação e caiu fora com desculpa de que iria no banheiro.
Nunca entendeu direito o lance dos dois com ele. Didi parecia não se importar com o fato de um dia Bartolomeu se envolver com Preta o que parecia inevitável pelo caminho que as coisas estavam rolando, Bartolomeu gelava por dentro..."

" A Entrega do Dinheiro
A entrega do dinheiro foi combinada num puteiro muito fuleiro na zona leste de São Paulo. Ficava numa esquina barulhenta e funcionava numa portinha de sobre loja entre a padaria e a pizzaria. Tinha escadas de dois lances com curva para a direita, no intervalo da escada havia um portão trancado, no alto à esquerda um espelho convexo dava ao segurança uma visão privilegiada de quem estava na escada, ainda nessa parte havia uma luz vermelha, na verdade, pintada de vermelho. No topo da escada a saída pro salão era a direita e os quartos ficavam á esquerda. No salão havia uma mesa de bilhar no centro um palco no canto leste e com exceção dos banheiros todos os outros ambientes tinham fraca iluminação, era o local perfeito.
Didi chegou por volta das 20:10hs cinco minutos antes do horário marcado com Bartolomeu e entrou tranqüilo como se fosse usar o ambiente para o que realmente ele serve, a mochila nas costas que dava a ele um estilo marmiteiro e no começo de mês passaria batido se caso se empolgasse com algumas das coleguinhas do local, com a quantia que tinha na mochila arrumaria até casamento. Mas não foi com a preocupação de quem tem muito dinheiro na mochila que ele a colocou em cima do balcão e empurrou junto com a comanda prá piriguete loira e peituda atrás do balcão.
-Me da uma cerveja...? e se puder...guarde a minha mochila ai atrás por favor?
-Aqui atrás não vai nada não viu, meu amô? - Já responde a loira apontando o dedo prá um ângulo mais próximos da suas pernas e continuou. – Só aqui... Embaixo... Do balcão, é claro!- Sorriu- Pode ficar tranqüilo..."

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